terça-feira, janeiro 27, 2009

Dia 25 - "Volver"

Despedidas. Sempre odiei despedidas. Sempre transportei comigo a nostalgia das despedidas. No fundo têm a mesma carga emocional que os reencontros. Como são difíceis as despedidas. Naquele dia deixava para traz todo aquele mês de encontros, desencontros, todo aquele mês de solidão e companhias ... dos amigos, das dezenas de pessoas que encontrei e com as quais partilhei todos aqueles momentos, companhia daquele mundo imenso de imagens, paisagens e sons, cascatas, vulcões, lagos e montanhas, como uma família, aquela natureza foi como uma família.

Naquele dia reencontrei a força da natureza que me fez partir para o Chile, a Água. À entrada do parque há uma enorme queda de água, e um silêncio ensurdecedor. Voltar, talvez. E talvez voltar por meio ano, ou por uma vida.

Lembro-me de entrar no avião de regresso a Santiago e pensar como é possivel sentir nostalgia por um sítio que ainda não abandonei. 30 horas de avião pela frente, mau sono, mucosas secas, comida de plástico. Para viver apenas precisei daquele por do sol gravado na minha retina para sempre.

Não deixa de ser ambíguo viajarmos para um sítio, o mais longe e excêntrico possivel para darmos resposta a uma pergunta que nem sequer sabemos, quando a resposta está tão perto que nem sequer a vemos ... dentro.

Voltei à minha condição ...



salto grande eu

A longa conversa com o Salto Grande. Parque Torres del Paine.

magalhanicos

Amigos chilenos. A pequena bandeira, Republica Independentista de Magalhães, a minha segunda pátria por aqueles dias.

por do sol sul

por do sol campo

No último dia o dialogo entre o sol e as nuvens proporcionaram-me das melhores memórias que jamais guadarei de um lugar. Parque Torres del Paine.

antartida

Por momentos estive para embarcar no único voo comercial existente no mundo em direcção à Antártica.

5 comentários:

Anónimo disse...

Depois de ter lido e relido, todos os reports!! So te posso agradecer por teres partilhado mais esta aventura. Continua com esse expirito..


Sérgio Domingues

Anónimo disse...

..por vezes não é uma resposta que nos dá a solução mas sim a pergunta, já os grandes génios de todos os tempos assim o faziam (com grandes questões as certezas tornavam-se incertezas, mas no fim de contas, era a partir dessas mesmas quesões que a solução e/ou verdade surgiam)de qualquer maneira a solução esta sempre dentro de nós..

Rui Miguel Borges disse...

... muito obrigado por esta reportagem ... uau!

Anónimo disse...

Aprendi muito

Ian Yurisch disse...

Curiosamente naquela altura nem fazia ideia do que a vida ia me oferecer.
conheci te na viagem, sou aquele rapazinho de cinzento, agora a viver na tua terra natal.

abraço e espero que estejas a deixar os pés pelo mundo!