segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Rio Cabrão - No coração do Alvão

O Kayak é como viver. Ou talvez viver seja um pouco como o Kayak. Procuramos mais. Subir. Por à prova o que não conhecemos de nós. Encontrar o que não conhecemos dentro de nossa casa. E o Rio é tudo isso. Encontramos o Cabrão.
Estranha terra esta que desde os antepassados atribui nomes sugestivos aos cursos de água. Terra de cabras e pastores, onde os penhascos apenas percorridos remotamente por animais ágeis e pastores conhecedores. Desde há muito percorrido a pé pelos Tamecanos em caminhadas veraneantes de reconhecimento. Este ano de 2010 foi de vez.

Posso dizer-vos que me senti como se remasse num bosque da saga do senhor dos aneis. O Rio é um derivado menor do planalto do Alvão. Os lameirais e os bosques de carvalhos dão-lhe a tonalidade verde ocre, atravessa as aldeias de Bobal, Pioledo até chegar á estrada nacional Mondim - Vila Real (pelo Alvão), e é aí que a natureza nos permite o acesso. Estreito, rampeado, e por vezes caótico, cruza um bosque de carvalhos, azevinhos e bolos graníticos musgueirentos e redundantemente húmidos, até á aldeia de Vila Chã, onde o leito passa a um chisto negro. É como se o Rio fizesse parte do próprio bosque.

Para quem se quiser aventurar, cá vão as indicações:
Ponto 1 - que chova torrencialmente durante 3 a 4 dias
Ponto 2 - que o nível na pedra da ponte romana de Mondim de Basto (margem esquerda ) esteja entre 1 e 1 e meia pagaias.
Ponto 3 - se se cumprirem os pontos 1 e 2, o acesso é feito na ponte sobre o Rio Cabrão, 1 km após a aldeia do Bilhó, 50 metros a jusante do caos granítico.
Ponto 4 - se o rio estiver demais, dirijam-se à aldeia do Bobal, e comam uma sopa de couves e feijões na Tasca da Alice (na expectativa do rio baixar)
Ponto 5 - o desembarque faz-se após quatro fortes rampas seguidas, antes da aldeia de Vila Chã
Ponto 6 - se não quiserem ter este trabalho todo "call me in" ... estou sempre pronto ...

O Rio tem 2 km e tem uma pendente de 100 metros. É uma linha de água mítica, para os canoistas locais. Técnico, não deixa de ser um classe V.

Dedico esta abertura de 2010 ao Pedro Pires, um mondinense em quem admirei a fúria de viver, e ao David Panadeiro, que também nos abandonou em 2010, e que certamente iría adorar tê-lo remado. Este Rio também é vosso.

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Integralmente equipado nas rampas finais.

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Após uma 1ª incursão falhada, a equipa de abertura oficial. Ramada, Maia, Paulo Pires, Rafinha e Teresa. Apenas uma pequena nota, a parte remavel é abaixo do que vêm.

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Ramada oferece um menu da tanga ao acamado. Fim do dia nos cuidados intensivos para o Paulinho dos Blocos. Tudo acabou bem, mas o Cabrão deixou mazelas no seu ombro direito.

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Paulo Maia "chocalha" suavemente o seu barco à prova de destruição no meio dos medronheiros.

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Ramada nas rampas iniciais.

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Rafinha no "Passo dos Azevinhos".

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Teresa na "Rampa do Musgo".

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Musgo, Rampas e um dia para a memória.

1 comentário:

jimkennedy disse...

Olá Rabico,

Is that Pires in hospital? What did you guys do to him?

Jim.