AméricaNuMinuto - Get Lucky in the Talloola Gorge (15 Novembro 2014)
Levantamos bem cedo. Saimos de Clemson (South Carolina) em direcção a oeste para mais um encontro com as Apalaches. Conhecida como a grande cadeia de montanhas do Este americano, atrai imensos visitantes das zonas costeiras mais populadas, pela sua "Pisgah National Forest" e pelo seu "Great Smoky Montains National Park", onde a beleza das misturas de arvores de folha caduca e perene são a grande atração no início do Outono.
"O rio do sol do meio dia", Talloola na linguagem Cherokee, permaneceu durante muitos anos (depois da febre da construção das barragens) com acesso vedado aos canoistas, particularmente o seu troço com mais pendente (logo depois das conhecidas Talloola Falls) pois raramente tinha caudal. A American Witewater Association, (associação que faz lobying junto dos políticos em Washinton para que os rios com barragens ou outro tipo de restrições às águas bravas, se tornem acessiveis ao canoistas), meados da década de 90, conseguiram negociar a libertação de água da barragem 5 fins de semana por ano, e assim dar vida ao pequeno troço. Hoje sem restrições de número de canoistas, este percurso teve outrora uma limitação de 100 canoistas por dia. Durante a viagem de aproximação, sorrio com as histórias do Morais. Fala-me que foi um dos primeiros a descer o rio, no segundo fim de semana de largadas de àgua em Novembro de 1996. Combinou com os amigos, bebeu umas jolas no pub universitário em Clemson (onde frequentava o doutoramento) e foi, pouco passava da meia noite, para o parque onde era suposto inscrever-se no próximo dia de manhã para a descida. Curioso, procurou dar uma olhada nocturna no percurso, e só ouvia um som violento de cascatas. Falou-me que adormeceu com pesadelos (as cascatas eram passos não navegaveis, apenas para fotografia de turista, o percurso de águas bravas começaria abaixo). Na manhã seguinte teria atrás de si duas centenas de canoistas, que tinham madrugado para tentarem a sua sorte. Contou-me que fez amizade com a malta do clube local que estava na organização e controlo das entradas, e que durante o primeiro ano era responsavel por deixar os primeiros socorros em locais estratégicos na primeira descida e recolher na última do dia. "Era um afortunado, remava o Talloola 2 vezes por dia !!!". O rio dívide os estados da Carolina do Norte e da Georgia, e termina numa barragem que tem um braço longo, entra Carolina do Norte dentro, até um pequeno cais. Não há forma de sair do rio, ou na barragem ou neste pequeno cais. Nesses tempo aconteciam coisas caricatas, um rio novo era como ouro. Houve um canoista que n foi autorizado a entrar na água pois no dia já excedia o numero máximo estipulado de 100 vistos. Fez vista grossa, e desautorizou. Entrou na água. Nos EAU levam a desobediência civíl muito a sério. Os elementos do clube tinham chamado a polícia que estava à sua espera no final na barragem. Optou por remar 2 horas até ao cais na Carolina do Norte, mas, assim que chegou deparou-se com o Ranger do parque que o advertiu " If you get out here you will respond for trans-federal desobedience !!" (A gravidade de um delito é agravada se o autor fugir de um estado para outro), toca de remar mais 2 horas de regresso ao final da barragem, sair à meia noite e passar a madrugada na esquadra da policia. Febres de canoista e americanices.
Quanto à nossa descida em si, as imagens falam por mim. O Canhão e o Taylor completaram o team com um raft a flutuar em rampas de granito.
Levantamos ancora de Atlanta (Gorgia) eram 8 da noite, onde comemos num pub com 30 ecrãs gigantes a passar vários jogos de futebol americano, servidos por mulheres com decote e mini-saia, estilo "chearleader. 2000 milhas pela frente até ao Arizona.
Ao som de Heroin - The Velvet Underground and Nico
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