Para tornar a expedição mais fácil, mesmo na parte logística, o Rui Calado, contratou uma empresa local, que nos providenciou, rafts completamente equipados com todo o o tipo comodidades campísticas. Cozinha de campismo, comida para 14 dias, primeiros socorros, filtro e purificador de àgua, "cagadeira" especial, para não deixarmos nada no ecossistema frágil do Canyon. Adicionalmente tendas, cadeiras de campanha, sacos cama colconhetes, roupa extra entre outros seria adicionado por nós à restante tralha dos barcos. Teriamos que ficar autónomos durante 14 dias, apenas um gps nos ligaria à civilização. Tivemos um pequeno briefing matinal e partimos 2 horas de estrada em direcção a Norte.
Cruzamos terras de índios Navajos, uma nação dentro de um estado, com as suas proprias leis. Fiquei sem saber se eram "ancestralmente" da região ou se tinham sido forçados a deslocarem-se. O que é certo é que, como n tinham gandes direitos sobre a água do Colorado, n podiam ter grande regadio, e com uma agricultura practicamente inesistente, viviam pobres, do que vendiam a turistas, incluido taxas por atravassar as suas terras.
A nossa aproximação ao Grand foi de cortar a respiração. À medida que rumavamos para sul, esbarramo-nos com uma parede imponente da margem Noroeste do Colorado, a primeira banda a ser rasgada neste rio, Vermillion Clifs. Senti que estava a chegar a um mundo aparte, onde tudo o que julguei ser grande em termos do que já tinha remado, se resumia a coisas vulgares. O Canyon no final da tarde começa o seu mecanismo de atração e dominancia. O por do sol acentuava o vermelho da rocha. Eu começo a perceber que seria importante um pouco de geologia na minha sacola, teria 14 dias de aulas dadas pelo vale, estrato após estrato após estracto.
A equipa cruzou a antiga ponte dos Navajos, possou para a fotografia, e soube pela primeira vez o que iria ser acampar 14 dias. Acentamos arraiais na entrada do rio um spot chamado Lees Ferry e tive muito frio de noite. O vento. Estavam -5 graus. O colchonete do colega de tenda deu sinais de estragos na primeira noite em camping…
Mas o Calado é a pessoa mais positiva que conheço e acordou como se nada fosse, estava no seu habitat natural…
Ao som de Tomorrow Never Knows - The Beatles
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