My Dear
Se eu te pudesse mostrar, se te pudesse transportar. Se os meus olhos fossem como um caleidoscópio ... Se tudo aquilo que passei e passo pudesse ser transcrito ... Talvez veria um sorriso gigante, lábios que rasgam a face sem medo de mostrar interiores ... Verias um rio fundo, bem fundo, cruza o mundo deserto, camadas de rochas suaves cortadas à faca, e a cada curva uma nova pintura. O sol está sempre a esconder-se e a mostrar-se, texturiza infinitamente as rochas altas ... Verias que o prazer da expedição facilmente se transforma em sofrimento, por estarmos com os nossos e estarmos sem eles ... Pelos nossos medos endurecidos e pãnicos alternados, pelas roupas que custam a secar, pelos ossos que rangem ao dormir, ao 10º dia cada pagaiada é um movimento automático, "push, push push" ... Banho é um privilégio que n tenho, constipação, águas frias e alguma perguiça empurram-no do meu corpo. À noite o jantar entra apenas parcialmente, suo das mãos. Guardo calorias restantes junto a mim na tenda, e com o acordar de noite para aliviar as dores de pressão, dou uma garfada e obrigo-me a comer.
Apesarde tudo flutuo com o sentimento que n trocaria esta jornada por qualquer tipo de felicidade instantanea, e a cada manha, com os primeiros raios de luz faço-me ao rio e contemplo. Todo este cenário apaga as dores de sentir, fico contigo e ouço-te "contempla".
Fazes falta ...
Ao som de "It is for you" - Pat Metheny
segunda-feira, dezembro 15, 2014
AméricaNuMinuto - A Carta (27 Novembro 2014) 10º GC
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